OBSERVATÓRIO DA CANA

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O avanço da cultura canaveira realmente preocupa várias cidades da região, inclusive, os riopretenses.
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Embora responda atualmente por apenas 6,7% do total da cana produzida no Estado de São Paulo, a região de Rio Preto viu o chamado setor "sucroalcooleiro" crescer em média 5,5% ao ano, entre 2004 e 2006.
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Ao menos duas terríveis conseqüências desse avanço já são facilmente constatadas:
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a) "Segundo dados da Secretaria de Planejamento do Município, a população de Rio Preto aumenta cerca de 9.000 pessoas todos os anos, sendo que 88% são migrantes. O fenômeno da migração interna desencadeia a transferência de contingentes populacionais de regiões mais pobres para aquelas onde há crescimento da economia urbano-industrial. Nos municípios verificam-se movimentos de populações fixas e sazonais inflando sobremaneira a demanda por atendimentos de serviços públicos (saúde, transporte, saneamento, etc.)";
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b) "Em graus variados e dependendo das características próprias de cada região, a cana tem o forte potencial de substituir outras atividades, podendo criar estrangulamentos e crises em vários setores de abastecimento, particularmente naqueles que produzem bens de primeira necessidade para o consumo das populações urbanas, além dos efeitos sistêmicos que uma crise do setor sucroalcooleiro pode provocar sobre os negócios que dele direta e indiretamente dependem".
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Diante disso, procurando antecipar-se "aos impactos advindos da expansão do setor sucroalcooleiro no noroeste do Estado de São Paulo", foi criado em Rio Preto o Observatório da Cana, isto é, um "observatório para monitoramento dos impactos socioeconômico, ambiental e na saúde coletiva associados à ampliação do setor sucroalcooleiro na microrregião de São José do Rio Preto-SP", conforme diz a nomenclatura oficial do organismo.
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A iniciativa conta com a participação de órgãos e instituições da região de Rio Preto, dentre os quais, FAMERP (Faculdade de Medicina de Rio Preto), UNESP (Univerdidade Estadual Paulista) - IBILCE (Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas), Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e FAPERP (Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão em Rio Preto).
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Segundo os termos oficiais, o Observatório tem "por objetivo pesquisar, desenvolver estudos e diagnósticos e, de posse de dados e avaliações da situação existente, propor e participar da elaboração de políticas públicas com as prefeituras e outros órgãos estatais com presença regional, bem como realizar intenso intercâmbio com entidades e empresas da iniciativa privada, sempre tendo como foco a mitigação e/ou resolução dos problemas gerados pela expansão da cana-de-açúcar".
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A área de cobertura do Observatório reúne 29 municípios que juntos concentram mais de 743 mil habitantes. E mesmo "sem personalidade jurídica própria", o organismo "já tem, a partir de recursos humanos e materiais disponibilizados pelos seus criadores, um endereço definido":
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Escritório Operacional do Observatório da Cana-de-açúcar
FAMERP – Av. Brigadeiro Faria Lima, 5416 - Vila São Pedro

São José do Rio Preto/SP - 15090-000
(17) 3201-5718 -
observatoriodacana@yahoo.com.br
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Portanto, pelo exposto até aqui, o Observatório da Cana merece a atenção não só de prossifionais e pesquisadores envolvidos com o tema, mas também de todas as "pessoas interessadas em melhor compreender a situação" e em "busca de soluções para vários problemas que tendem a agravar-se a cada dia".
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> LEIA NA ÍNTEGRA O TEXTO DE APRESENTAÇÃO DO OBSERVATÓRIO DA CANA
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EM TEMPO - O Imprensa Popular deste mês também aborda o problema: "Agronegócio, a volta da Casa Grande"; vale a pena checar a matéria e conferir a posição dos comunistas brasileiros sobre o assunto. Boa leitura!
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Foto: Imprensa Popular