ILEGAL E IMORAL
Quando acuado, o prefeito Edinho Araújo (PPS) utiliza o artifício dos deseperados: acusa para se defender. Ou pior: cria uma nuvem de fumaça para enganar a população e fugir de suas responsabilidades.
Investigado pelo Ministério Público por desvio de finalidade em área doada pela Prefeitura à Missão Atos (ver post de 1/5), Edinho generalizou a prática à todas as entidades da cidade.
Foi seu chefe de gabinete, Zeca Moreira, quem veio a público justificar a ilegalidade: "Diversas entidades fazem isso".
Nas palavras do Bom Dia, dentre as "entidades citadas" está o "sindicato dos servidores, que passa por conflito com Edinho".
Golpe baixo, para dizer o mínimo.
Pois bem, bastaria o prefeito ler o Diário de hoje para perceber que o problema é outro. Todos sabem que a Prefeitura controla e fiscaliza somente o que lhe convém.
Portanto, a questão não está em saber quais entidades alugam seus espaços, cedidos pelo poder público. Mas sim em constatar que Edinho Araújo está patrocionando a igreja - ou sabe-se lá o quê - de Mazza de Lima.
Um procedimento imoral e ilegal.
Ilegal porque o "artigo 19 da Constituição Federal diz que é vedado à União, aos Estados e aos municípios 'estabelecer cultos religiosos ou igrejas ou subvencioná-los'", como ressalta o Diário.
Imoral porque Mazza tem mais que o afeto de Edinho e, apenas por isso, não deveria se beneficiar com a doação de uma área estimada em R$ 3 milhões e com a frouxidão na fiscalização do poder público, conforme reconhece a secretária de Asssistência Social, Maria Sílvia Fernandes.
"Não sei o que funciona naquele espaço porque não existe nenhum convênio. Temos convênio com a Missão Resgate e Atos de Amor", disse Fernandes ao Diário.
Ocorre que a "Missão Resgate e Atos de Amor são projetos da ONG [Missão Atos], mas que funcionam em outros locais".
Pode?
Detalhe: "Mazza de Lima se recusa a falar com a imprensa", informa o Diário.