TRANSAÇÕES


Como nem tudo é futebol nesta terra de Iboruna, cabe destacar a denúncia publicada no último domingo pelo Diário e acatacada pelo promotor Carlos Romani.

O jornal apurou "suposto desvio de finalidade no uso de área - avaliada em R$ 3 milhões - doada pela Prefeitura de Rio Preto em 2002" à Missão Atos. De acordo com o Diário, "a entidade cobra R$ 1 mil no aluguel do salão levantado em terreno de 28 mil metros quadrados para a realização de eventos contratados por terceiros".

Com a matéria em mãos, o "Ministério Público abriu inquérito civil ontem e concedeu prazo de 10 dias para o presidente da Organização Não-Governamental (ONG) Missão Atos, José Alberto Mazza de Lima, apresentar explicações".

"Romani, que tem 180 dias para a conclusão das investigações, afirma que a área localizada no Jardim Tarraf II foi doada à Missão Atos desde que a entidade 'não aliene, sob qualquer forma, ceda ou altere a destinação da área, sem anuência do município'", diz o jornal.

Inicialmente destinada aos "projetos sociais" mantidos pela organização, a área se converteu num "salão de festas".

A defesa argumenta exatamente o contrário: "Mazza de Lima afirmou que o dinheiro proveniente da cobrança de aluguel do “salão de festas” é destinado aos projetos sociais mantidos pela ONG Missão Atos".

Ora, mas os termos da doação impediam a "terceirização" ou qualquer desvio na finalidade originalmente prevista para a área. É plausível supor que o presidente da organização agraciada com uma área estimada em R$ 3 milhões soubesse disso, não?

Logo, a versão de Mazza, publicada pelo Diário e reproduzida acima, admite a transgressão - e a justifica.

Aliás, de tão paupérrima, a justificativa "não convenceu o representante do Ministério Público, que poderá ingressar com ação civil pública pedindo a devolução da área ao Executivo no final das investigações".

Vale lembrar que a doação desta mesma área já havia sido questionada e estranhamente arquivada pelo próprio Romani.

Portanto, não é a primeira vez que uma transação entre Edinho Araújo (PPS) e Mazza de Lima levanta suspeitas.

Será a última?