SEMAE: LUCRO LÍQUIDO E CERTO


Ontem (24), a TV TEM levou ao ar reportagem sobre cortes no fornecimento de água, promovidos pelo Semae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). A matéria relacionou três casos de suspensão no abastecimento registrados por consumidores. A empresa alegou falta de pagamento para justificar os cortes.

No primeiro caso, uma liminar garantiu o restabelecimento de água por entender que o Semae não cumpriu os procedimentos regulares que antecedem o corte. No segundo, bastou um atraso de dias no pagamento de uma parcela para que o abastecimento de Edna de Moura Lima fosse cancelado. O terceiro caso é mais complicado, envolvendo, além do Semae, um condomínio de chácaras (Recreio da Felicidade) e até a CPFL (Cia. Paulista de Força e Luz).

Observando rapidamente os três casos nota-se uma incapacidade absurda do serviço autônomo em lidar com demandas simples dos consumidores. Justamente o Semae que, em tese, com uma empresa municipal, deveria ter o bem-estar do cidadão como seu primeiro objetivo.

No entanto, o Semae é concebido e gerenciado como uma empresa, que, seguindo a lógica, deve lucrar ao contrário de subsidiar o bem-estar coletivo. É bem verdade que a expansão desenfreada de Rio Preto, seus mais de 100 loteamentos irregulares, enfim, esse crescimento desordenado que consome a cidade impede um novo welfare state nas terras de Iboruna.

Porém, também é verdade que a inabilidade exposta pelos cortes do Semae - e as recorrentes sanções judiciais - evidencia bem o teor das políticas públicas levadas a cabo ultimamente pelo executivo e empresas municipais em Rio Preto. Fato lastimável... e preocupante!