A DEFESA DE MORETTI


O secretário municipal de governo, Jair Moretti, se declarou vítima no caso do suposto "grampo" no telefone do gabinete do vereador João Paulo Rillo (PT).

Em nota, o secretário afirmou que houve tentativa de se "transformar a vítima em suspeito". Moretti se julga vítma do que chamou de "escuta ilegal".

A nota diz ainda que "o governo municipal repudia veementemente as insinuações de que estaria monitorando ligações telefônicas no Legislativo".

Isto é, embora não diga com todas as letras, a defesa de Moretti - por conseguinte do poder executivo - acusa Rillo por suposto monitoramento da secretaria de governo.

Ora, mas se Rillo é o responsável pela "escuta ilegal", por que então o vereador teria chamado testemunhas; para se auto-incriminar? Não faz sentido.

E mais, como bem questionou João Paulo Rillo: "Eu abri meu gabinete para tudo fosse apurado, por que ele (Moretti) não fez isso na prefeitura?", conforme matéria de hoje do Bom Dia.

Só para lembrar, não foi Rillo quem caiu em contradição ao comentar pela primeira vez o caso (ver post abaixo)

Portanto, a estratégia de defesa adotada por Moretti erra e se compromete ao tentar desqualificar a suspeita de "grampo" e, principalmente, ao incriminar Rillo pelo monitoramento, pois está evidente que as peças não se encaixam.

Talvez os atores envolvidos não tenham ainda se dado conta, mas os papeis estão trocados. Afinal, não é o vereador João Paulo Rillo ou seu partido quem controla o executivo e mantém o legislativo sob tutela há seis anos...

Foto: Sidnei Costa/Agência BOM DIA