EDINHO FAZ! SERA?


Editado em comemoração aos 155 anos de fundação de Rio Preto e publicado no Diário do último domingo, o especial "Rio Preto - Nossa História" reservou espaço para um artigo assinado pelo prefeito Edinho Araújo (PPS).

Nele, Edinho afirma categoricamente: "Rio Preto está cada dia mais bonita e agradável de se viver". Para tanto, o alcaide elenca algumas "ações administrativas", segundo ele, responsáveis pelo surgimento de uma "Rio Preto organizada, limpa, remodelada e em pleno desenvolvimento".

São elas: a) "recompor as finanças do município"; b) "resolver o problema do abastecimento de água"; c) "construção da ETE, a nossa Estação de Tratamento de Esgoto"; d) "obras do trevo do Km 444 [Rodovia Washington Luís]"; e) "licitação para duplicação da BR-153" num "trecho de 17 quilômetros"; f) "desativação do IPA"; g) inauguração do "Parque da Represa", com novos "sistema de iluminação", "piso da pista de caminhada" e "sistema de drenagem pluvial ao longo da avenida Lino José de Seixas"; h) obras na "Swift/Universidade Livre - Educação, Cultura e Artes"; i) "acabamos com o último núcleo de favela de Rio Preto", através do "Programa Municipal de Habitação que irá entregar para a população de Rio Preto mais de 5,7 mil unidades".

Com tantas obras, o portifólio de Edinho mais parece o de uma construtora...


De qualquer modo, convém refazer o caminho do alcaide, agora, sem ufanismo e máscaras: a) o equilíbrio nas contas do município advém, principalmente, do aumento na arrecadação municipal durante a gestão Edinho Araújo (2001/2007), inclusive, através de multas; b) criação de Edinho, o Semae é público apenas na fachada, cobrando caro da população pela resolução - parcial - da falta d'água na cidade; c) anunciada como "nossa" por Edinho, a Estação de Tratamento de Esgoto deverá ser entregue somente no 2° semestre de 2008 - período eleitoral - e está "projetada para atender a uma população de 480 mil habitantes, até o ano de 2015, e na etapa final para 600 mil habitantes".

Ora, em 2007, Rio Preto já conta com uma população fixa e flutuante de cerca de 500 mil pessoas. Imagine então em 2015... Depois, a ETE não tem nada de "nossa". Construída por um consórcio e administrada pelo Semae, a estação será a galinha dos ovos de ouro da iniciativa privada. Alguém duvida disso?; d) o trevo na WL está atrasado há uma década, no mínimo; e) a duplicação da BR ainda está em licitação e, ademais, conta com recurso do Ministério dos Transportes, ou seja, não tem nada haver com Edinho; f) como se sabe, a desativação do IPA atende primordialmente a interesses imobiliários e o novo terreno para a "construção do novo presídio", tira o problema da Zona Sul e o tranfere para a Zona Norte; g) cartão postal da cidade, o "Parque da Represa" sempre mereceu atenção especial de Edinho, tão interessado em sua prórpia imagem.

Portanto, não há nenhuma novidade nas obras de Edinho no "Parque da Represa", exceto a retirada da barraquinha da economia solidária e o problema de assoreamento do largo artificial, etermamente postergado pela atual administração. No artigo, diz Edinho: o "próximo passo é o desassoreamento total da Represa...". "Próximo passo"?. O desassoreamento deveria ter sido providenciado há tempos... Aliás, foi Edinho quem permitiu a retirada das dragas do departamento estadual, até então tidas como a única solução - paleativa - para o problema. Resultado: com as chuvas de janeiro, a Represa inundou a avenida Lino José de Seixas e de nada adiantou o novo "sistema de drenagem pluvial" exaltado por Edinho... ; h) a 2ª Bienal do Livro, promovida por Edinho, em dezembro último, deu mostras do desleixo com os prédios da Swift, a tal "Universidade Livre - Educação, Cultura e Artes".

A simples troca das telhas de amianto e de seu maderamento não pode ser anunciada como a própria revitalização do antigo graneleiro. Durante a exposição de livros, o calor era insusportável, tamanha a falta condições do prédio para abrigar a realização do evento. A situação era extenuante para os adultos, o que dizer então das inúmeras crianças que lá estiveram. Um absurdo.

Detalhe: o gabinete de Edinho na 2ª Bienal era o único local que dispunha do agradável frescor do ar condicionado. Pode?; i) a acabar com a"última favela", no Gonzaga de Campos, não resolve a falta de habitação na cidade, afinal, já não é raro encontrar moradores em viadutos e pontes. Além disso, a condição "irregular" faz com que vários loteamentos apresentem condições tão precárias quanto as expostas no Gonzaga. Sem água, esgoto, luz, telefone, ônibus, coleta de lixo... o Auferville é um bom exemplo.

Em resumo, as "ações administrativas" eleitas por Edinho para enaltecer o "avanço" de Rio Preto refletem, na verdade, a incapacidade da atual adminstração em honrar os compromissos assumidos com a população.


E isso não vem de hoje; já dura 6 longos anos...