PECHA DE "TIRANO"

Não passou desapercebido o recuo de Edinho Araújo (PPS) no caso nas punições impostas aos 93 servidores públicos que participaram do movimento grevista em defesa da jornada de trabalho de 30 horas na área da Saúde, em setembro de 2005.

Após pressão do Sindicato dos Servidores Municipais de Rio Preto, de dirigentes sindicais, em especial o presidente da CUT-SP (Central Única dos Trabalhadores - São Paulo), Edílson de Paula, e do vereador João Paulo Rillo (PT), Edinho teve de recuar em seu gesto "tirano".

Na mesma oportunidade, o prefeito anunciou a retomada do débito das mensalidades sindicais, que ele mesmo havia suspendido: "Quero facilitar a vida dos funcionários e entendo que o sindicato é parte integrante da vida democrática do país", disse à reportagem do Diário (30/12/06), contrariando todas as suas ações nos últimos seis anos.

Faltando dois anos para o término dos longos 8 anos de Edinho, não é segredo para ninguém a inexistência de um bloco organizado de oposição ao governo. Até aqui o que se vê são setores isolados com ações pontuais, fragmentadas e que tornam-se irrisórias quando observadas todas as "vitórias" obtidas pelos governistas no período.

Num contexto de quase-unanimidade pró-Edinho, o Sindicato dos Servidores Municipais permaneceu na trincheira e pagou o preço. Com isso, todos os servidores que de alguma forma se opõem às políticas públicas praticadas pelo executivo foram e são perseguidos ferozmente. E o sindicato, eleito o alvo preferencial da tirania do édipo-rei.

Em sua coluna no Diário, Alexandre Gama resumiu assim a situação: "a decisão de retomar o repasse ao sindicato, que é de cerca de R$ 42 mil mensais, não tem a ver com compaixão, pena ou misericórdia de Edinho para com os sindicalistas, filiados e funcionários que seriam demitidos. O que o prefeito não quer é entrar para história com a pecha de governante 'tirano', do 'ditador' que sufocu o funcionamento dos sindicatos, do prefeito que não aceita o diálogo e age com o fígado e com o poderio econômico"(Diário da Região, 30/12/06).

Realmente, parece que desta vez o jornalista acertou em cheio...